Sobre o fórum

O caráter patriarcal e machista que caracteriza a estrutura social do Nordeste brasileiro não é nenhuma novidade. Ele é resultado de um processo histórico que fixou o domínio e a opressão do homem sobre a mulher, uma relação já tão estigmatizada que se fez objeto de representação na literatura e no cinema, por exemplo, exportando uma visão de Nordeste que só contribuiu para a manutenção dessa realidade.

Em recente pesquisa divulgada aqui no Brasil sobre a violência contra a mulher, a Paraíba aparece como o 4º estado com o maior número de homicídios de mulheres, estando a capital João Pessoa na 12ª posição dentre as demais capitais da federação. O índice de violência contra as mulheres no Estado nesse ano, até agora, é 50% maior em relação a 2011. Até abril, já foram assassinadas 41 mulheres na Paraíba, sendo 26 por crimes machistas e sexistas e 15 por suposto envolvimento com drogas (Fonte: Centro da Mulher 8 de Março). Esses números são bem maiores, pois a maioria dos casos não chega a ser noticiado na imprensa.


Um dos mais chocantes ocorreu há pouco tempo na cidade de Queimadas, a 19km de Campina Grande: cinco mulheres foram estupradas, sendo duas brutalmente assassinadas. O estupro coletivo foi um “presente” de aniversário, um crime cruel que revela o quanto ainda precisa ser feito no enfrentamento à violência contra a mulher, ao machismo e ao patriarcado.

Destarte, o evento surge com a necessidade de um debate mais amplo sobre os direitos das mulheres e igualdade de gênero no âmbito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, tendo como base a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, aprovado pela ONU em 1979, que prevê em seu Artigo I:

Para os fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.[1]

Diante disso, observa-se a necessidade de construir o debate sobre o tema feminismo no Brasil e no mundo, além de uma discussão sobre gênero, violência contra a mulher e mulher na mídia, com a preocupação de descentralizar a discussão do meio acadêmico, abrindo espaço ao público em geral.

Nosso objetivo é abordar o papel da mulher na sociedade: a violência e a discriminação sofridas, bem como as lutas diárias por respeito e igualdade. Além disso, o fórum visa fornecer um panorama geral sobre o feminismo no Brasil e no mundo, desmitificando muito do que é falado acerca do movimento.


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